A Natureza também nos cura
			            Cada vez mais populares um pouco por todo o mundo, os "banhos de floresta" têm demonstrado ter efeitos muito positivos na saúde.
Em França, ganhou já o nome de silvoterapia e converteu-se numa disciplina do Saber na "escola" criada para o efeito, em 2013, pelo biólogo Jean-Marie Defossez.
Em Portugal, já 1500 portugueses experimentaram os banhos de floresta promovidos pela Shinrin-Yoku Portugal, desde a sua fundação.
No Japão, há razões de sobra para justificar a importância desta terapia reconhecida pelo Sistema Nacional de Saúde do país: é uma das formas mais eficazes de lidar com o karoshi, o fenómeno conhecido como "morte por excesso de trabalho".
Os sons da floresta, o aroma das árvores, a luz do sol através das folhas, a frescura, o ar puro - estas coisas dão-nos uma enorme sensação de bem-estar. Reduzem a nossa ansiedade, ajudam-nos a relaxar e a pensar melhor. Andar na Natureza pode deixar-nos como novos, devolver-nos energia e vitalidade, rejuvenescer-nos!
Qing Li, médico imunologista de 55 anos, é o diretor da Sociedade Japonesa de Medicina Florestal e uma das sumidades mundiais em shinrin-yoku - expressão nipónica que significa banho (shinrin) e floresta (yoku).
Este cientista, que investiga há mais de duas décadas os efeitos benéficos de deambular tranquilamente pelos bosques, diz que "As árvores ajudam-nos a ser mais saudáveis e felizes", frase que funciona também como subtítulo do seu mais recente livro, um bestseller global já com edição portuguesa.
Shinrin-yoku significa absorver a floresta através dos nossos sentidos. Não se trata de fazer exercícios, escalada ou corrida. Trata-se simplesmente de estarmos na natureza, de nos conectarmos a ela através da visão, audição, paladar, olfato e tato. O shinrin-yoku é como uma ponte: ao abrirmos os nossos sentidos, criamos uma ligação entre nós e o mundo natural.
